segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Entre quatro paredes, um adeus

Da casa de infância a certeza da saudade era grande; 17 anos parecia uma vida para quem tinha 20. A volta da faculdade veio com aquele gostinho de incerteza. Medo da nova fase e de não conseguir ficar sem a liberdade conquistada. Como tudo na vida, foi uma questão de tempo até considerar aquele quarto que não tinha a sua cara como sendo seu. Desde então, pouco mais de quatro anos; tempo curto para tanta nostalgia... Mas nesse ponto já estava acostumada e, mais do que isso, resignada. Era apegada e ponto, mas nunca um simples ponto final, era nada menos do que uma exclamação!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Uma blusinha

Todo mundo tem uma cor preferida. Mesmo que inconscientemente, você sempre vai ter mais roupas ou acessórios em variações daquele tom. Vai querer o vestido de formatura naquela cor ou mesmo pintar alguma parte da casa. Cor independe de gênero. Tenho um amigo que sempre acha que fica muito bem com diferentes tons de salmão. Algumas vezes concordo com ele. Assim como tenho uma prima que se pudesse, usaria azul escuro todos os dias.

A ideia tão difundida de que as mulheres gostam mais da escala do vermelho – azul com toques de vermelho que vão do rosa ao violeta – pode ter relação com os primórdios do homem, quando a elas era incumbido o dever de colher os frutos maduros. Escolhendo o vermelho entre os tons de verde. Como a seleção natural privilegia os que possuem mais chance de se adaptar, nossas antepassadas seriam aquelas com mais predisposição ao vermelho, consequentemente tendo vantagens em relação ao outro grupo. Posso acreditar, apesar de que se seguir essa linha, logo chegaremos àquela ideia que mulheres preferem homens que tenham chance de serem bons reprodutores, com rostinhos vermelhos, que indicam saúde. Nesse ponto eu coloco meu pezinho 35 um pouco atrás.

Dizem algumas correntes da psicologia que essa preferência está baseada na nossa personalidade ou em desejos mais profundos. Minha preferência absoluta é pelo vermelho. Tenho outras cores que gosto muito, entre elas o verde e o preto. Mas nenhuma nunca vai ‘bater’ meu campeão. Sempre que pesquiso sobre preferência por cores, encontro que os indivíduos que preferem o vermelho são pessoas que têm personalidades guerreiras, combativas. Não temem a nada e são pessoas elétricas.

Isso lembrou alguma coisa? Pois para mim lembra sim. Quem gosta de vermelho é ruim como todo legítimo Ariano. Não sou a pessoa mais crédula em horóscopo, dificilmente saberei dizer qual signo combina com qual. Sempre que quero essas informações recorro a uma amiga fascinada por isso, é simples. Mas, mesmo com o meu ceticismo, a descrição geral da pessoa que nasceu sob o signo de Aries bate com o que eu coloquei acima: Arianos são destemidos, combativos e inquietos.

Aries é meu signo, assim como vermelho é minha cor preferida. Os dois combinam muito com minha personalidade. Sou uma pessoa inquieta e ruim. Brava como só quem me conhece consegue entender.

Concordo então com a teoria das cores e personalidades, certo? Errado. O motivo de gostar de vermelho é uma blusinha. Ai, a vaidade feminina. Embora esteja longe do que minha esperava que eu fosse – jamais consegui ser tão ‘mocinha’ como ela vivia me dizendo que deveria ser. Como jornalista então, não melhorou muito. Ela pensava que me vestiria como repórter de tv e eu tenho a cara e a calça jeans do impresso – preciso dizer que tenho minhas manias.

Quando estava com 12 ou 13 anos tinha uma blusa vermelha. Era linda, decote reto e fechado na frente e as costas com uma fenda de cima abaixo, ligadas por fios e laços. Usei a blusa por muito tempo e sempre que tirava das roupas limpas sabia que seria a próxima a ser vestida. Ficava bonita com ela, haviam me dito e nunca esqueci. Passei a procurar em todas as roupas uma que fosse como aquela. Que me lembrasse dos anos de início da adolescência. Procuro, mas ainda não encontrei. Enquanto isso todo vermelho me leva inconscientemente a eles.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sobre catarses, finais e as tragédias

Não consigo entender quem não gosta de ler. Qualquer livro no começo é estranho. O primeiro dia no trabalho é estranho, você não conhece ninguém e nem sabe como irão agir. Na escola ou faculdade então, o dilema é o mesmo. Porque com os livros seria diferente? Cada personagem é único e só tem graça quando você começa a entende-lo.

Adoro os livros, cada um é único. Vivo os personagens de uma forma que sinceramente, não sei explicar. Mas por esse viver os personagens, tenho raiva de autores.

Não me leve a mal, nada contra a profissão, afinal, por mais que minha colaboração não tenha sido a principal, sou uma feliz co-autora de um livro reportagem. O problema é com as histórias, os finais e principalmente as decepções. Há poucos dias revi um filme gravado em 1930 aproximadamente, campeão de bilheteria e um clássico do cinema: E o vento levou.

Quando terminaram as quatro horas de filme – com muita raiva novamente pelo casal principal terminar separado e amargo - me veio à mente que havia uma continuação. Nessas horas, o Santo Google salva. Encontrei o filme, baixei, mas ainda não tive tempo de ver. Junto a ele tinha uma frase que marcou: assim como as melhores histórias, o final é triste. Porque precisa ser assim? É aquela velha história de que a vida imita a arte ou usando um silogismo, a arte imita a vida?

Os antigos gregos tinham uma palavra que se enquadraria nessa questão. Chamavam de catarse1. Reduzindo seu significado, isso poderia ser explicado como quando eles iam ao teatro e viam as tragédias, voltavam um pouco mais aliviado, afinal, suas vida não poderiam ser pior do que matar o pai para casar com a mãe, por acaso, poderiam?

Enfim essa purificação, de sentir as emoções sem realmente vivê-las ainda está presente. E me irrita. Agora volto a raiva dos autores. A vida não é perfeita. Pessoas boas, corajosas e inteligentes morrem. Morrem cedo em alguns casos, morrem quando mais tem tempo para aproveitar a vida, em outros. Casais se separam. Outros só se conhecem quando a rotina já impediu que algo mais acontecesse. Porque transpor isso para a fantasia?

Citei um clássico do cinema e literatura parágrafos acima. Agora revelo uma das minhas ‘manias’: Amo livros de adolescentes. Séries de fantasia principalmente. Você se perde na leitura fácil e chamativa. Em três dias terminei de ler uma trilogia chamada Midnighters, de um autor chamado Scott Westerfeld. Porque com todo um mundo de possibilidades, meu querido amigo Scott escolheu separar a protagonista de todos os familiares e relegá-la a viver apenas uma hora por dia? Sim, o livro é super fantasioso, mas enfim, adorei. Menos uma parte: o final.

Fiquei com raiva do autor e dos personagens. Vivo com eles e me desvencilhar é um grande problema. O cúmulo foi com um recente Best seller, ‘Querido John’. O final do livro me deixou tremendamente brava com toda a leitura. Mas quando assisti o filme baseado no livro, voila, o final era outro. Mais feliz na minha opinião. Os dois são invenções de pessoas extremamente criativas. Assim como os vários fanfics2 feitos para os livros de adolescentes. Mas a menos que seja de certa forma oficial. Não vale.

Torço por um livro quatro, enquanto isso não acontece, bora viver outras realidades?

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1 – a primeira vez em que li sobre o que era catarse foi em um livro de literatura do ensino médio. Da matéria dos sonhos, que fala sobre a peça ‘A tempestade’, de Shakespeare.
2 – Fan fics para quem não conhece, são histórias baseadas em outras. Seja uma continuação ou outra completamente diferente,mas usando alguns personagens. Sim eu tenho um fundo Nerd.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Porque eu não falo..

Não pense que não falo diretamente porque faço tramoias... simplesmente aceito porque é mais fácil do que brigar. Mas isso não quer dizer que eu esqueça minhas opiniões. Acredite, eu as tenho e chega uma hora em que é difícil não dizer.

É estranho, mas o que eu realmente penso, só eu sei.


Não gosto de brigas, não gosto que não gostem de mim e por isso sou assim. Não que necessariamente não sofra com isso, mas é mais fácil e eu sou naturalmente preguiçosa nessa parte. Com isso eu me decepciono, de novo e de novo e de novo. Mas ao contrário de você, aprendi a superar – ao custo da minha confiança nas pessoas.

O que digo com delicadeza merece ser ouvido porque equivale a um grito e um tapa na cara na hora de defender o que eu penso. Eu cansei, quer ficar brava, fique, não tenho escolha. Não vou dizer que o problema é todo seu, porque eu sofro muito com isso. Nessa hora aparecem a dor de cabeça, dor de estomago e uma tristeza meio sem sentido, vontade de voltar atrás e nunca ter dito nada.

Ai eu penso: não era mais fácil aceitar as coisas como são do que brigar? Quem perde por defender minhas ideias sou sempre eu. Mas direito de me ofender você não tinha!

É engraçado, mas verdadeiro o que li em um livro: As pessoas que você mais gosta são as que mais te decepcionam. Até agora, não teve uma pessoa que não comprovasse a frase.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dois encontros I

O frio tornava o clima ainda mais bonito, a chuva que havia caído até minutos antes resolvera dar uma trégua. Parecia que fazia parte do script, o encontro perfeito precisava de um clima meio londrino, com a fog por toda a volta..

Tudo se encaixava, todos os critérios que ela tinha estabelecido. Valia a pena ter esperado tanto tempo pelo encontro perfeito.

Ele tinha de ser protetor, um jeito de super homem que resgata a mocinha. O climax seria depois de um passo em falso, em meio ao sorriso constrangido viria o beijo.

Para conto de fadas, só faltava o relógio badalar meia noite e a cinderela perder o sapatinho.. O sapatinho não veio e o beijo também não!!

Tudo estava ali, na escadaria do predio ela tropeçou. Sim ele ajudou, e riu, ela tinha comentado que era extremamente desastrada. Mas faltou o depois.. Ah,como faltou!