quarta-feira, 14 de março de 2012

Sobre catarses, finais e as tragédias

Não consigo entender quem não gosta de ler. Qualquer livro no começo é estranho. O primeiro dia no trabalho é estranho, você não conhece ninguém e nem sabe como irão agir. Na escola ou faculdade então, o dilema é o mesmo. Porque com os livros seria diferente? Cada personagem é único e só tem graça quando você começa a entende-lo.

Adoro os livros, cada um é único. Vivo os personagens de uma forma que sinceramente, não sei explicar. Mas por esse viver os personagens, tenho raiva de autores.

Não me leve a mal, nada contra a profissão, afinal, por mais que minha colaboração não tenha sido a principal, sou uma feliz co-autora de um livro reportagem. O problema é com as histórias, os finais e principalmente as decepções. Há poucos dias revi um filme gravado em 1930 aproximadamente, campeão de bilheteria e um clássico do cinema: E o vento levou.

Quando terminaram as quatro horas de filme – com muita raiva novamente pelo casal principal terminar separado e amargo - me veio à mente que havia uma continuação. Nessas horas, o Santo Google salva. Encontrei o filme, baixei, mas ainda não tive tempo de ver. Junto a ele tinha uma frase que marcou: assim como as melhores histórias, o final é triste. Porque precisa ser assim? É aquela velha história de que a vida imita a arte ou usando um silogismo, a arte imita a vida?

Os antigos gregos tinham uma palavra que se enquadraria nessa questão. Chamavam de catarse1. Reduzindo seu significado, isso poderia ser explicado como quando eles iam ao teatro e viam as tragédias, voltavam um pouco mais aliviado, afinal, suas vida não poderiam ser pior do que matar o pai para casar com a mãe, por acaso, poderiam?

Enfim essa purificação, de sentir as emoções sem realmente vivê-las ainda está presente. E me irrita. Agora volto a raiva dos autores. A vida não é perfeita. Pessoas boas, corajosas e inteligentes morrem. Morrem cedo em alguns casos, morrem quando mais tem tempo para aproveitar a vida, em outros. Casais se separam. Outros só se conhecem quando a rotina já impediu que algo mais acontecesse. Porque transpor isso para a fantasia?

Citei um clássico do cinema e literatura parágrafos acima. Agora revelo uma das minhas ‘manias’: Amo livros de adolescentes. Séries de fantasia principalmente. Você se perde na leitura fácil e chamativa. Em três dias terminei de ler uma trilogia chamada Midnighters, de um autor chamado Scott Westerfeld. Porque com todo um mundo de possibilidades, meu querido amigo Scott escolheu separar a protagonista de todos os familiares e relegá-la a viver apenas uma hora por dia? Sim, o livro é super fantasioso, mas enfim, adorei. Menos uma parte: o final.

Fiquei com raiva do autor e dos personagens. Vivo com eles e me desvencilhar é um grande problema. O cúmulo foi com um recente Best seller, ‘Querido John’. O final do livro me deixou tremendamente brava com toda a leitura. Mas quando assisti o filme baseado no livro, voila, o final era outro. Mais feliz na minha opinião. Os dois são invenções de pessoas extremamente criativas. Assim como os vários fanfics2 feitos para os livros de adolescentes. Mas a menos que seja de certa forma oficial. Não vale.

Torço por um livro quatro, enquanto isso não acontece, bora viver outras realidades?

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1 – a primeira vez em que li sobre o que era catarse foi em um livro de literatura do ensino médio. Da matéria dos sonhos, que fala sobre a peça ‘A tempestade’, de Shakespeare.
2 – Fan fics para quem não conhece, são histórias baseadas em outras. Seja uma continuação ou outra completamente diferente,mas usando alguns personagens. Sim eu tenho um fundo Nerd.

Um comentário:

  1. Sim, vc tem um fundo nerd! kkkkk
    E tb tô com raiva do final do filme que assisti ontem, no cinema... enfim...

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