Não consigo entender quem não gosta de ler. Qualquer livro no começo é estranho. O primeiro dia no trabalho é estranho, você não conhece ninguém e nem sabe como irão agir. Na escola ou faculdade então, o dilema é o mesmo. Porque com os livros seria diferente? Cada personagem é único e só tem graça quando você começa a entende-lo.
Adoro os livros, cada um é único. Vivo os personagens de uma forma que sinceramente, não sei explicar. Mas por esse viver os personagens, tenho raiva de autores.
Não me leve a mal, nada contra a profissão, afinal, por mais que minha colaboração não tenha sido a principal, sou uma feliz co-autora de um livro reportagem. O problema é com as histórias, os finais e principalmente as decepções. Há poucos dias revi um filme gravado em 1930 aproximadamente, campeão de bilheteria e um clássico do cinema: E o vento levou.
Quando terminaram as quatro horas de filme – com muita raiva novamente pelo casal principal terminar separado e amargo - me veio à mente que havia uma continuação. Nessas horas, o Santo Google salva. Encontrei o filme, baixei, mas ainda não tive tempo de ver. Junto a ele tinha uma frase que marcou: assim como as melhores histórias, o final é triste. Porque precisa ser assim? É aquela velha história de que a vida imita a arte ou usando um silogismo, a arte imita a vida?
Os antigos gregos tinham uma palavra que se enquadraria nessa questão. Chamavam de catarse1. Reduzindo seu significado, isso poderia ser explicado como quando eles iam ao teatro e viam as tragédias, voltavam um pouco mais aliviado, afinal, suas vida não poderiam ser pior do que matar o pai para casar com a mãe, por acaso, poderiam?
Enfim essa purificação, de sentir as emoções sem realmente vivê-las ainda está presente. E me irrita. Agora volto a raiva dos autores. A vida não é perfeita. Pessoas boas, corajosas e inteligentes morrem. Morrem cedo em alguns casos, morrem quando mais tem tempo para aproveitar a vida, em outros. Casais se separam. Outros só se conhecem quando a rotina já impediu que algo mais acontecesse. Porque transpor isso para a fantasia?
Citei um clássico do cinema e literatura parágrafos acima. Agora revelo uma das minhas ‘manias’: Amo livros de adolescentes. Séries de fantasia principalmente. Você se perde na leitura fácil e chamativa. Em três dias terminei de ler uma trilogia chamada Midnighters, de um autor chamado Scott Westerfeld. Porque com todo um mundo de possibilidades, meu querido amigo Scott escolheu separar a protagonista de todos os familiares e relegá-la a viver apenas uma hora por dia? Sim, o livro é super fantasioso, mas enfim, adorei. Menos uma parte: o final.
Fiquei com raiva do autor e dos personagens. Vivo com eles e me desvencilhar é um grande problema. O cúmulo foi com um recente Best seller, ‘Querido John’. O final do livro me deixou tremendamente brava com toda a leitura. Mas quando assisti o filme baseado no livro, voila, o final era outro. Mais feliz na minha opinião. Os dois são invenções de pessoas extremamente criativas. Assim como os vários fanfics2 feitos para os livros de adolescentes. Mas a menos que seja de certa forma oficial. Não vale.
Torço por um livro quatro, enquanto isso não acontece, bora viver outras realidades?
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1 – a primeira vez em que li sobre o que era catarse foi em um livro de literatura do ensino médio. Da matéria dos sonhos, que fala sobre a peça ‘A tempestade’, de Shakespeare.
2 – Fan fics para quem não conhece, são histórias baseadas em outras. Seja uma continuação ou outra completamente diferente,mas usando alguns personagens. Sim eu tenho um fundo Nerd.
Sim, vc tem um fundo nerd! kkkkk
ResponderExcluirE tb tô com raiva do final do filme que assisti ontem, no cinema... enfim...